Pinheirinho e Capivari: ambientalista fala sobre a importância dos rios para Vinhedo e região em entrevista exclusiva
Consciência Ambiental

Foto aérea do Rio Pinheirinho em Vinhedo (imagem: Jó Bichara)
Cidades que nasceram à beira de rios, como Vinhedo e Valinhos, parecem ter esquecido suas próprias origens. Um exemplo é o Ribeirão Pinheirinho, que corta os dois municípios e foi fundamental para seu desenvolvimento, mas ainda passa despercebido por praticamente toda a população. Esse distanciamento da sociedade em relação aos seus mananciais foi o ponto de partida de uma entrevista exclusiva entre o ambientalista Vitório Zotino e o entrevistador Jó Bichara, publicada pelo portal LOUVEIRA.COM.BR (assista o video com a entrevista completa logo abaixo).
À frente da Elo Ambiental, organização sem fins lucrativos criada em 1994, Zottino lidera projetos voltados à preservação de mananciais e à educação ambiental. Reconhecida como de Utilidade Pública e certificada como OSCIP pelo Ministério da Justiça, a instituição atua em políticas públicas e projetos de conservação, incluindo diagnósticos ambientais e recuperação de áreas degradadas.
Conscientização pela educação ambiental e pela arte
Um dos principais projetos da Elo é a educação ambiental nas escolas municipais de ensino fundamental. Em parceria com a Prefeitura de Vinhedo, já foram realizadas palestras para cerca de 2.200 estudantes. O programa inclui ainda um concurso literário, em parceria com a Academia de Letras de Louveira, no qual os textos dos alunos serão reunidos em um livro aberto ao público.
“O concurso obriga o estudante a refletir sobre sua realidade. Mais do que ouvir, ele precisa pensar, escrever e se posicionar. Isso cria uma conexão duradoura com o tema”, destacou Zottino.
Do micro ao macro: o impacto global da poluição local
Outro eixo da atuação da Elo Ambiental está no Rio Capivari, que nasce em Jundiaí, passa por Louveira e Vinhedo e deságua no Tietê. Zottino lembra que a poluição lançada nesses rios locais não permanece apenas nas cidades: “Um copo plástico jogado no Capivari pode, no fim do percurso, chegar ao Oceano Atlântico e até ao Pacífico, contribuindo para manchas de resíduos do tamanho do estado de São Paulo”.
A mensagem é clara: cuidar do recurso hídrico local é preservar a qualidade de vida global. “Cuida da tua cidade. Faz aquilo que dá para fazer no teu pedaço. Assim você já está garantindo uma melhoria para o nosso planeta”, reforçou.
Desafios ambientais e perspectivas para a sustentabilidade regional
Apesar dos avanços, os obstáculos ainda são grandes. Entre eles, a falta de recursos para projetos de longo prazo e a necessidade de maior integração entre municípios da região. “Muita coisa é como enxugar gelo. Não adianta limpar (os rios) se vai alguém lá e suja… Tem que ter um trabalho conjunto, dos órgãos municipais e da população”, pontuou Zottino.
Para ele, ampliar o diálogo regional é essencial: “Se tiver esse trabalho conjunto, é possível a gente ter um resultado melhor”.
