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Louveirando: A Minha Esquina

Coluna de João Batista

Louveirando: A Minha Esquina

A Minha Esquina (imagem: João Batista)

TRILHA SONORA: NADA SERÁ COMO ANTES – MILTON NASCIMENTO

A Minha Esquina

por João Batista

Neste bairro, chamado de Santo Antonio, oficialmente e chamado de Quebra amorosamente, quantos Joões se encontram, cito aqui, como exemplos, João Pagotto, João Verardo e João Batista. Muito João numa mesma esquina! Destes, dois são nomes de rua e um outro ainda não, o meu, João Batista.

Hoje, quase cinquenta anos passados, a minha esquina, ainda está bem ali, na esquina, onde sempre esteve e onde tanta gente também passou; onde muita gente se sentou, e comigo, amigo ou não, conversou, chorou e sorriu também. Tudo era motivo, era vida fluindo. Hoje, há muito mais gente passando, e pasmo relembro: houve gente que até vomitou, depois de um baile, depois de uns goles a mais.

Por ali, me recordo, passaram Diacuís, Márcias, Danielas, Marisas; Josés, Serginhos, Fernandos, e os roncos dos carros, e a luz dos cigarros, a fumaça de frio, o suor do calor, tudo quanto era som ou odor. Dali se viu e ouviu, ao longe ou bem próximo, os gritos e aplausos, Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo, e até desfile cívico, confundindo-se com “agora quem dá bola é o Santos”, né, Marcelo do Metanol?

Ali eu me sento raras vezes nos dias atuais, mas no passado, distante ou não, ali me sentei à noite quase inteira, à espera da feira, da missa, do gás, ou até de um amor. Tudo era motivo de registro, e, entre muitas fotos tiradas, a que mais marcou foi de um certo Zé, um amigo querido, de apelido “Zé Carvão”, que assim como eu viu muitas mudanças; de rua de terra para rua de paralelepípedo, e agora de asfalto. Me lembro agora que, com o auxílio da luz do poste, muitos livros eu li.

Essas ruas citadas existem e insistem aqui no Bairro do Quebra, que é nosso, e que também é chamado de Bairro Santo Antônio, aqui na cidade de Louveira/SP, onde eu sigo louveirando. Nesta esquina eu me sinto tão à vontade, que sempre a chamarei de “minha esquina”. Até o dia que digam “naquela esquina está faltando ele…”

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