Louveirando: Um Pre Texto
Coluna de João Batista

(imagem: João Batista)
♪ POST COM TRILHA SONORA ♪
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Trilha Sonora: Das Vantagens de Ser Bobo (Clarice Lispector, na voz de Araci Balabanian)
Um Pre Texto
por João Batista
Outro dia, parece que tudo foi em outro dia nestes tempos corridos, que os dias escorrem pelas nossas mãos, responsáveis que somos por tudo que acontece. Então… vi uma cena que me corta sempre o coração, árvores sendo podadas. Poda e censura são a mesma coisa, na minha opinião. Primeiro me corta o coração por aquelas árvores terem sido plantadas ali sem planejamento, ou com pouco senso de tempo, pois as árvores crescem, e, na minha visão, que acredito numa Terra redonda, ou pelo menos oval, sabendo que muitas linhas de eletricidade seriam implantadas ali, com linhas telefônicas também.
Parece que primeiro logramos nós mesmos, pois nos gabamos de sermos inteligentes, e depois, a natureza nos desmente. Bem, inteligentes somos, mas inteligência, muitas vezes não quer dizer empatia ou humanidade. Vide o rio, nosso Capivari; primeiro sujamos muito, e depois a um custo exorbitante, tentamos (fingimos) que queremos limpá-lo. Se deixássemos por conta dele próprio, ele mesmo se resolveria. Mas, repito, não permitimos, afinal dizemos que somos filhos de Deus e que tudo podemos, opa, “mas nem tudo nos convém.”
As árvores ao serem podadas, me parece que sentem dores, assim como nós sentiríamos se fôssemos amputados em algum membro. A cena que fiquei observando por alguns minutos, me hipnotizou, e após alguns minutos me peguei triste, e especulando a mim mesmo o que eu de fato poderia fazer. Diante da situação concreta, percebi que só poderia dizer algumas palavras a respeito, e, entendo com tristeza, a necessidade da poda, por entender que as companhias que estendem os fios, continuariam estendendo os fios, e para justificarem tal maldade, diriam que era para o bem da população.
Tudo na vida, a meu juízo, tem uma utilidade, e aqui não seria diferente. Falo agora do que escrevi. Alguns lerão e rirão, outros me chamarão de bobo, talvez. Adoro a palavra “bobo”! Outros ainda perguntarão: “qual a utilidade disto?”. Mas um ou dois, ou três, por eu ser muito otimista, passarão a perceber a necessidade de um progresso inteligente, onde os fios ficarão invisíveis embaixo da terra. Rindo de mim mesmo! Isso eu faço sempre!

Brasileiro de Louveira, pedagogo, membro da ALLA – Academia Louveirense de Letras e Artes, colunista e criador da expressão “louveirando”; um bobo por natureza.
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