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Os Paradoxos da Liberdade: Uma Reflexão Sobre a Preocupação Excessiva com a Vida Alheia

Por Marcelo Souza

Os Paradoxos da Liberdade: Uma Reflexão Sobre a Preocupação Excessiva com a Vida Alheia

Reflexão: A Preocupação Excessiva com a Vida Alheia

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A busca pela liberdade, inerente à natureza humana, pode ser comprometida pela obsessão em julgar a vida dos outros

Liberdade… para a grande maioria das pessoas, é um dos bens mais importantes da vida. Para a doutrina jurídica, é um direito fundamental. Para a sociologia, é a capacidade de agir de acordo com suas próprias vontades e escolhas, sem a interferência de outras pessoas. Para os liberais, o conceito de liberdade é aquele no qual o Estado deve ser garantidor das liberdades individuais com o mínimo de intervenção possível.

No entanto, mesmo com a união de todos esses conceitos formosos, não conseguimos erradicar de nosso meio outra forma de liberdade – uma que é repulsiva e avarenta, capaz de alimentar pensamentos nefastos na mente humana: a liberdade de intrometer-se na vida alheia.

Observo os mais jovens e admiro o desapego de conversas inúteis com a vida alheia. A geração entre os 40 aos 60 anos (me incluo nessa faixa etária) deveria tomar exemplo dos mais novos e deixar de se preocupar tanto com o que os outros estão fazendo.

E ainda há pessoas da minha idade que comentam coisas como: “Você ouviu falar que fulano terminou com sicrana?” Ou: “Você viu que o filho do vizinho perdeu o emprego novamente?” Ou ainda: “Vamos aproveitar o casamento da beltrana para colocar as fofocas em dia?”.

Os indivíduos pobres de pensamento crítico, pobres de formação acadêmica e pobres de cultura são lamentavelmente vítimas do preocupante fenômeno da tendência em desperdiçar tempo criticando a vida alheia. É triste ver como essa falta de perspectiva de vida dessas pessoas pode levá-las ao envolvimento em fofocas e causar intrigas desnecessárias.

Também percebo que a figura do fofoqueiro habitual tem sido muito mais proeminente entre os homens do que entre as mulheres! Os homens frequentemente dedicam uma grande quantidade de tempo no ambiente de trabalho espalhando boatos e difamando indivíduos, em vez de se concentrarem em suas responsabilidades profissionais ou em suas famílias.

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Esta propensão a se envolver nos assuntos alheios também revela uma falta de foco nas próprias realizações e um desvio da verdadeira autossuficiência e crescimento pessoal. Por exemplo, testemunhamos com frequência uma aparente solidariedade declarada de pessoas nas redes sociais em relação a guerras e tragédias que ocorrem em outros países, enquanto que, paradoxalmente, essas mesmas pessoas demonstram relutância em ajudar os necessitados em seu próprio território.

Muitas vezes, essas mesmas pessoas “solidárias” com o que acontece lá fora não tem a coragem de oferecer um simples prato de comida para um morador de rua da sua cidade. Essa desconexão entre o discurso de apoio a causas distantes e a falta de ações concretas para lidar com questões locais levanta questionamentos importantes sobre os verdadeiros valores e prioridades de uma sociedade.

Isso tudo serve como um alerta para lembrarmos que a liberdade vem com responsabilidades. Aqueles que têm ética (para mim, ética vem de uma boa formação familiar e da capacidade de autoconhecimento), sabem discernir entre perder tempo fofocando sobre a vida alheia e envolver-se em diálogos construtivos para melhorar o ambiente ao seu redor ou ajudar os outros.

Por fim, nos resta internalizarmos a necessidade de trocar ideias com o propósito de promover nossa evolução pessoal. Em vez de nos perdermos em histórias inúteis, muitas vezes envolvendo indivíduos que sequer fazem parte do nosso círculo de relacionamentos, devemos direcionar nossa energia para interações construtivas e enriquecedoras. Ao fazê-lo, valorizamos nosso tempo e investimos em nosso crescimento e desenvolvimento, construindo conexões significativas que verdadeiramente contribuem para o nosso bem-estar e o das pessoas ao nosso redor.

Texto de responsabilidade do autor, não refletindo necessariamente a opinião deste portal.




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