Pesquisadora lidera estudo com cannabis para tratamento de Alzheimer em Jundiaí e busca voluntários
Avanços contra Alzheimer

Tereza Raquel, pesquisadora em Ciências da Saúde na Faculdade de Medicina de Jundiaí - FMJ (imagem: divulgação FMJ)
Um estudo clínico inovador começará agora em abril na Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ). O objetivo é reduzir a agitação em pacientes com Alzheimer moderado através do uso da combinação equilibrada de canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC). Um estudo semelhante já foi realizado em Israel e publicado em 2022, com resultados promissores, enquanto outros 5 estão registrados no Clinical Trials dos EUA. Aqui no Brasil, essa pesquisa da mestranda Tereza Raquel Xavier Viana foi aprovada mês passado pelo CEP/CONEP e será realizada sob a orientação do Dr. José Eduardo Martinelli e do Dr. Ivan Aprahamian, junto com a equipe de geriatra da FMJ.
Tereza Raquel, 42 anos, é pesquisadora em Ciências da Saúde na Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), tendo pós-graduação em Neurociências pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Cannabis Medicinal pela Doane University (EUA) e Auditoria em Sistemas de Saúde e Administração Hospitalar pela Faculdade de São Marcos (FACSM). Ela também estudou o envelhecimento, fazendo pós-graduação em Gerontologia Biomédica pela UNINTER. Lançou alguns livros, entre eles, “Cannabis Medicinal: O Poder Terapêutico”, um “Guia Prático sobre Neuroplasticidade e Envelhecimento” e “Biomedicina em Foco: Habilitações Biomédicas Reveladas”, que conta com a participação de autoridades biomédicas renomadas.
“Eu quis pesquisar a Cannabis no Alzheimer, uma doença sem cura, porque presenciei de perto o sofrimento dos pacientes e de seus cuidadores. Quando criança, vi idosos com essa condição, mas, na época, a falta de informação fazia com que a doença não fosse reconhecida como uma patologia. Acreditava-se que os sintomas faziam parte natural do envelhecimento, e termos como ‘caducando’ e ‘esclerosado’ eram comuns, enquanto o nome Alzheimer quase não era mencionado. Hoje sabemos que, embora o envelhecimento seja um fator de risco, nem todo idoso desenvolverá a doença. O Alzheimer é uma condição neurodegenerativa complexa, e seu reconhecimento adequado é essencial para um diagnóstico precoce e melhores cuidados”, explicou Tereza Raquel.
Foi a partir dessa experiência que ela decidiu estudar os fatores genéticos e comportamentais que contribuem para o desenvolvimento da doença, já que uma grande parte da população idosa a desenvolve, e investigar o que pode ser feito para melhorar o tratamento e a qualidade de vida dos pacientes. “Meu principal objetivo é contribuir para o avanço científico e o benefício da sociedade como um todo. Desejo expandir e aprimorar meus conhecimentos em diversas áreas e mesmo que não ainda não possa assegurar os benefícios desta combinação, esse estudo científico trará avanços significativos na busca por novas alternativas terapêuticas”, concluiu.
Portanto, os familiares e cuidadores de idosos com Alzheimer moderado, interessados na pesquisa, e que desejam participar, podem inscrevê-los no link abaixo. Em abril será iniciado o recrutamento dos participantes.
Link para inscrições: clique aqui.

Jornalista especializada em gerontologia social. Criou a “Rio Cidadão Sênior”, primeira revista carioca para a terceira idade, e a página “Idade Maior”, publicada no Facebook. É integrante da ALLA – Academia Louveirense de Letras e Artes.
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